Faz hoje um ano...

É verdade! Faz hoje um ano que Madrid viveu um pesadelo!
Um ano depois as recordações continuam bem marcadas. Os ataques, quase simultâneos, foram os mais sangrentos de sempre em Espanha e os mais graves na Europa nos últimos 15 anos. Um massacre com a marca da organização terrorista Al-Qaeda que provocou dor, horror e surpresa.
Nas vítimas contam-se mais de 190 mortos e quase dois mil feridos que serão evocados em cerimónias discretas, numa jornada de luto nacional. Há um ano, a morte de inocentes ultrajou milhões de espanhóis, pasmados por receberem em casa a crueza do terrorismo. Manifestaram-se, submergindo as ruas numa sexta-feira copiosa, de lágrimas e de chuva. Voltaram no domingo seguinte contra a ditadura do assassínio como arma política. Hoje, é uma resignação dorida que habita as vítimas e aqueles que viveram de perto o horror. Madrid recuperou o frenesim de viver. Teria, necessariamente, de o fazer, é óbvio! Mas o que se diz a uma mãe que jamais voltará a beijar o filho? Nada. Porque, como afirmou uma mãe: "Para mim, 11 de Março é todos os dias".
O horror que se viveu há um ano está ainda bem presente na memória dos espanhóis, ainda mais naqueles que perderam os seus familiares mais próximos. A dor rasga o coração com uma faca que corta uma fruta madura, dilacera e deixa marcas profundas. A saudade é um ferrão de abelha que faz a alma inchar e, para quem nunca mais irá ver o filho, a mãe ou a família inteira é intensamente doloroso...
A esperança nunca morre e como tal resta acreditar que um dia episódios como estes não mais se repitam...