Norte-americanos prenderam crianças em Abu Ghraib

A general norte-americana Janis Karpinski garante que havia crianças entre os detidos na prisão iraquiana de Abu Ghraib.
Karpinski, que comandava a unidade responsável pela administração de Abu Ghraib, declarou à comissão que investiga os maus tratos infligidos a detidos iraquianos que falou com uma das crianças, que lhe disse ter 11 anos de idade. "Disse-me que o irmão estava lá com ele e que queria muito ver a sua mãe. Chorava", contou Karpinski. As declarações da general foram tornadas públicas pela União das Liberdades Civis dos Estados Unidos, que obteve estes testemunhos através de uma acção judicial, apoiando-se na Lei da Liberdade de Informação. De acordo com as transcrições divulgadas, Karpinski revelou que o general Walter Wodjakowski, o número dois do Exército norte-americano no Iraque na altura do escândalo de Abu Ghraib, lhe tinha dito, em meados de 2003, que não libertasse mais nenhum prisioneiro, mesmo os que eram inocentes.
Segundo Karpinski, o general Wodjakowski chegou a dizer-lhe: "Não me importa se estamos a prender 15 mil civis inocentes. Estamos a ganhar a guerra".
Os textos tornados públicos indicam igualmente que membros dos serviços secretos norte-americanos ocultaram "prisioneiros-fantasma", cuja detenção não era registada em nenhum documento e que, por isso, escapavam ao controlo dos observadores internacionais.