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Flutuo num mundo perdido.
Perco-me dos próprios passos que não dou numa vida que deixou de o ser.
Resta apenas a sombra de algo que paira no ar e me absorve o pensamento. Queria poder atirar o coração ao mais profundo abismo e cala-lo para a eternidade.
Sigo calma e harmoniosamente rumo a um novo mundo que talvez um dia seja real.
Olho o espelho.
O espelho da alma partido. Recolho os estilhaços que se multiplicam sob o meu olhar negro que gelou no tempo.
Respiro as paredes que me envolvem. Doces, quentes e protectoras. Este é o meu mundo. O lugar onde me amam e anseiam pela minha presença.
Abro a janela do sonho e deixo-me levar.
Talvez nunca volte. Talvez vá ser feliz.
Longe daqui.