Aqui está o meu blog. Espero que gostem, comentem e divulguem por aí!! Será essencialmente um blog que reflectirá os meus pensamentos e o modo como vejo o mundo! E não se esqueçam: aproveitem a vida!

segunda-feira, março 03, 2008

O Principezinho, de Antoine De Saint-Exupéry

Primeiro, não disse nada. Depois, respondeu, com um ar quase rancoroso:
- Não acredito! As flores são fracas. São muito ingénuas. Agarram-se ao que podem para se sentirem seguras. Estão convencidas de que toda a gente tem medo delas por causa dos espinhos...
Não continuei a conversa porque estava a pensar com os meus botões: “se esta maldita porca não se desenrosca, ainda leva uma martelada!” Mas o principezinho interrompeu a minha meditação:
- E tu, tu achas que as flores...
- Não! Claro que não! Nem estava a pensar naquilo que te disse. Tenho coisas bem mais sérias para me entreter!
Olhou para mim, perfeitamente estupefacto.
- Coisas bem mais sérias!
Ali estava eu, à frente dele, de martelo na mão, com os dedos todos sujos de óleo, debruçado sobre um objecto que lhe parecia horroroso.
- Estás a falar como as pessoas crescidas!
Fiquei um bocado envergonhado. Mas o principezinho não teve dó de mim e continuou:
- Estás a confundir tudo... estás a baralhar tudo!
Parecia, de facto, muito zangado. Sacudindo os cabelos dourados ao vento, gritava:
- Sei de um planeta onde há um senhor todo afogueado. Nunca cheirou uma flor. Nunca olhou para uma estrela. Nunca gostou de ninguém. Nunca fez senão contas. E, tal como tu, passa o dia a dizer, cheio de orgulho: “Eu sou um homem sério! Eu sou um homem sério!” Mas aquilo não é um homem! Aquilo é um cogumelo!
- Um quê?
- Um cogumelo!
O principezinho irritara-se ao ponto de ficar lívido.
- As flores fabricam espinhos há muitos milhões de anos. Apesar disso, as ovelhas comem flores há muitos milhões de anos. E vens-me tu agora dizer que tentar perceber porque têm elas tanto trabalho a fabricar espinhos que nunca lhes servem para nada não é uma coisa séria? Que a guerra entre as ovelhas e as flores não é uma coisa importante? Não será uma coisa bem mais séria e bem mais importante do que as contas de um senhor muito gordo e muito encarnado? E se eu, eu que estou aqui à tua frente, conhecer uma flor única no mundo, uma flor que não existe em mais lado nenhum senão no meu planeta, mas que, numa manhã qualquer, uma ovelhinha pode reduzir a nada num instante, assim, sem dar sequer pelo que está a fazer, isso também não tem importância nenhuma, pois não?
Corou. Mas ainda não tinha acabado.
- Amar uma flor de que só há um exemplar em milhões e milhões de estrelas basta para uma pessoa se sentir feliz quando olha para o céu. Porque pensa: “Ali está ela, algures lá no alto...” Mas se a ovelha comer a flor, para essa pessoa é como se as estrelas se apagassem todas de repente! Mas isso também não tem importância nenhuma, pois não?
E não foi capaz de continuar. Desatou de repente a chorar. Entretanto, fizera-se de noite e eu largara as minhas ferramentas. Queria lá saber do martelo, da porca, da sede e da morte! É que, numa certa estrela, num certo planeta, no meu planeta, na Terra, havia um principezinho para consolar. Peguei-lhe ao colo. Embalei-o. Fui-lhe dizendo: “A flor de que tu gostas não corre perigo nenhum... Eu desenho uma armadura para a tua flor... Eu...” Não sabia o que mais lhe prometer. Sentia-me completamente desarmado. Não sabia como chegar até ele... É tão misterioso o país das lágrimas!

1 Comments:

Blogger Malainho said...

é bom saber k andas a ler, algo k foi dado com mt amori =)
é uma leitura e tanto, sabe sempre bem ler "O Principezinho"...

bjocas miga

03/03/08, 22:59

 

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