Dói-me o pensamento!
Dói-me a coragem que não tenho.
Dói-me a saudade que martiriza o meu coração e o meu corpo.
Sinto-me perdida na imensidão do tempo... o meu relógio parou eternamente nas zero horas de um dia que nunca chegará.
Apetece-me tomar a bebida do sono e voar num sonho para junto de ti.
Quero ser o teu anjo da guarda! Todas as noites te aconchegarei os cobertores e todas as manhãs te abrirei a porta para o novo dia. Gentilmente estender-te-ei a mão para te guiar no caminho da vida, ajudando-te a não tropeçar nas pedras do teu caminho.
Fundir-me-ei no ar e sempre que quiser e tiver saudades poderei acariciar a tua pele que em surdina me chama.
...
A verdade é que quero voltar a adormecer e acordar na época em que era feliz, quando corria descalça entre as flores silvestres e a erva com orvalho dos campos.
Nessa altura era feliz, porque inocentemente não conhecia a dor, a maldade, o ódio, a tristeza, o sofrimento...
Era apenas uma menina que sonhava com princesas e fadas, com castelos e príncipes encantados...
Quem me dera voltar à infância! Era tão feliz! Era tudo tão... cor-de-rosa! Havia um belo sorriso e um brilho em cada olhar das pessoas que me envolviam. Agora descubro que o mundo é tão cruel e mau!
Todos os dias há alguém que chora, alguém que sofre, alguém infeliz...
...
Mundo maldito devolve-me a minha felicidade!