Invade-me a saudade…
A saudade do passado, a saudade do que tive, do que era, do que fui. A saudade do que fazia, do que vivi. A saudade do que passou e do que não mais voltará. A saudade das gargalhadas e das corridas de encontro à felicidade. A saudade da certeza que jamais alguma coisa voltará a ser como outrora foi.
Apenas resta a certeza de um presente vivido pensado no ontem, feito de saudade, dor e nostalgia. Um futuro abrindo a porta ao abismo que tomou o céu e jamais mo devolverá!
Fico eu aqui olhando as estrelas que brilham calmas na sua taciturnidade rotineira. Eu que vou nas asas da alma que está a morrer…
O meu último desejo é ir e não voltar. Voar rumo ao nada. Rumo à inexistência do que quer que seja. Quero a ausência de vida nesta vida que me roubaram. Apenas olhar o céu me solta do tormento que é o dia. Vivo para a noite!
Esse momento sublime e eternamente aprazível que foi criado para o deleito dos mártires por amor. Sou tua… Entrego-me a ti! Faz de mim o que quiseres, já nada importa.
Leva-me nas palavras da brisa que me envolve e deixa-me nas brumas de um qualquer lugar imaginário, onde o deserto seja o átrio do mundo. Onde o vazio preencha tudo.
Meu anjo, se ainda achares que mereço um último desejo, peço que me leves daqui.
Boa noite!