Todos os anos, no primeiro dia do mês de Dezembro recordam-se, no dia Mundial da Luta Contra a Sida, os seropositivos. Lembramo-los, como se, de facto, não tivessem a miníma importância. Mais um, menos outro que diferença faz? Enquanto este pesadelo, chamado de Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, não nos afectar apenas lembramos e dizemos que temos pena e, até damos uma moedinha para as pessoas que nesse dia andam a angariar fundos para a Comissão Nacional de Luta Contra a Sida e até nos sentimos mais aliviados, deve parecer que nos imune da doença ou que perdoa a discriminação e preconceitos que existem para com os seropositivos; e, à hora do almoço ou do jantar, quando as notícias entram nos nossos lares sem lhes termos dado permissão mudamos de canal, porque não queremos ouvir, porque afinal (ainda) não é connosco. Esperamos que nunca seja, mas por vezes o colega com que trabalhamos ou o amigo tímido que não nos fala de si pode ter sida! Os números de infectados falam por si ou pelo menos deviam, em Portugal 6,5 novos casos são registados por dia, e só em África os seropositivos são cerca de cinco milhões.
As campanhas de prevenção do HIV são chocantes dizem uns, outros dizem que são “sensacionalistas”. Eu pergunto: que há de sensacionalismo na praga do milénio??
Se chocam ainda bem, se não chocam deviam! Anda meio mundo adormecido com algo que parece não ser mais perigoso do que um rasgão que se faz no joelho quando se cai.
E por falar em campanhas, passou no dia 1, na RTP 1, o grande filme (sim para mim é um grande e um excelente filme que recomendo vivamente!) Filadélfia, que conta com as fantásticas interpretações de Tom Hanks, no papel de Andrew Beckett, e de Denzel Washington, que faz de Joe Miller! O filme, já com 14 anos, conta a história de um promissor advogado (Tom Hanks) que trabalha numa empresa de Filadélfia e é despedido quando descobrem que é portador de HIV. Desta feita decide processar a empresa e contrata os serviços de um advogado negro (Denzel Washington), que é forçado a encarar os seus próprios medos e preconceitos. No final do filme, Andrew Beckett morre, mas morre vencedor! Um drama que apesar de ter estreado em 1993 continua bem actual e quem não conhece a música Streets of Philadelphia de Bruce Springsteen, que faz parte da banda sonora do filme?
Uma história de vida que poderia ser a de qualquer um de nós! Um acto irracional com consequências irreversíveis que vai destruindo a vida até que a morte se decida a chegar.
Porque nunca é demais lembrar: PROTEJAM-SE! A vocês e aos outros.
A vida é mais que uma loucura, mais que um momento. É preciosa para que simplesmente a destruamos devido a um instante!
Porque a Sida mata!
Este texto saiu no semanário Académico, no passado dia 5, que é distribuído gratuitamente na Universidade do Minho e do qual faço parte... e como nunca é demasiado tarde para alertar quem anda adormecido, cá fica...
Abraços
