Jovem degolada após estranho acidente
Marlene Ribeiro Bessa, de 20 anos, foi, ontem, encontrada morta, degolada e com o rosto completamente desfigurado, junto a uma viatura acidentada, na Estrada Nacional 15, em Gandra, Paredes.
O alerta para o INEM foi dado pelas 3.30 horas e, para além do cadáver, não se encontrava mais ninguém no local. No entanto, tudo indica que a jovem não estivesse a conduzir o veículo, que nem sequer lhe pertencia, o que faz aumentar o mistério. O proprietário do automóvel foi interrogado pela Brigada de Trânsito, mas pouco terá explicado. A brigada de Homicídios da Polícia Judiciária do Porto não foi chamada e os investigadores aguardam pelo resultado da autópsia para saberem quais as causas da morte. Só depois começará a investigação.
A família da jovem estranha os contornos do caso e pede que tudo seja esclarecido. "Ela saiu para ir jantar com uns amigos e só soubemos de manhã que ela estava morta. Foi uma filha minha que foi reconhecer o corpo ao hospital. Estava bastante maltratado e só a conheceu pela roupa", adiantou, Francisco Nogueira, o pai da amiga de Marlene, com quem a jovem vivia. "Ela estava a refazer a vida. Tinha um filho de cinco anos, que vivia com a avó, e acabara de separar-se do marido. Estava a trabalhar numa discoteca de Paredes e tinha acabado de ficar efectiva. Ontem [anteontem], disse que ia sair com uns amigos do trabalho, jantar, e depois beber um copo. Não conseguimos perceber o que se passou".
Há diversas circunstâncias que tornam a morte de Marlene estranha, começando pelo facto da jovem não ter carro. Por sua vez, a amiga com quem ela vivia diz desconhecer se ela tinha carta de condução, embora adiante que não seria frequente conduzir. Além disso, não era habitual Marlene sair à noite, sendo que seria a amiga que a transportava todos os dias para o local do trabalho. O namorado ia, depois, buscá-la. "Há coisas que não estão explicadas. É estranho que ela fosse sozinha, devia ir alguém a conduzir o carro. E se essa pessoa fugiu, tem de ser responsabilizada. Mas há outras coisas que podem ter acontecido", concluiu Francisco Nogueira.